No dia 12 de abril de 2015, o papa Francisco celebrou uma missa em memória do genocídio armênio. Participaram da celebração que aconteceu no Vaticano, Sua Santidade Karekin II, Patriarca Supremo Católicos de todos os Armênios, Sua Santidade Aram I, Católicos da Igreja Apostólica Armênia da Cilícia, e o presidente da Armênia, Serge Sargsian.
O genocídio foi perpetrado por decisão das autoridades turcas no contexto da primeira guerra mundial entre 1915 e 1917. Adota-se a data comemorativa o dia 24 de abril de 1915 como início do massacre, por ter sido o dia em que dezenas de lideranças armênias foram presas e massacradas em Istambul.
Nos inícios de 1915 o Comitê de União e Progresso do governo turco decidiu o extermínio dos armênios. Dr. Nazim, membro da comissão encarregada da execução do programa, assim explicitou seu significado: “Se não existissem os armênios, com uma só indicação do Comitê de União e Progresso poderíamos colocar a Turquia no caminho requerido. O Comitê decidiu liberar a pátria desta raça maldita e assumir ante a história otomana a responsabilidade que este fato implica. Resolver exterminar todos os armênios residentes na Turquia, sem deixar um só deles vivo; nesse sentido, foram outorgados amplos poderes ao governo.”
Eis como vem narrado o massacre em texto na internet: “Genocídio armênio, holocausto armênio ou ainda o massacre dos armênios é como é chamada a matança e deportação forçada de centenas de milhares ou até mais de um milhão de pessoas de origem armênia que viviam no Império Otomano, com a intenção de exterminar sua presença cultural, sua vida econômica e seu ambiente familiar, durante o governo dos chamados Jovens Turcos, de 1915 a 1917.
Caracterizou-se pela sua brutalidade nos massacres e pela utilização de marchas forçadas com deportações, que geralmente levavam à morte muitos dos deportados. Outros grupos étnicos também foram massacrados pelo Império Otomano durante esse período, entre eles os assírios e os gregos de Ponto. Alguns historiadores consideram que esses atos são parte da mesma política de extermínio.
Está firmemente estabelecido que foi um genocídio e há evidências do plano organizado de eliminar sistematicamente os armênios. É o segundo mais estudado evento desse tipo, depois do Holocausto dos judeus na Segunda Guerra Mundial.” (Wikipédia, a enciclopédia livre).
O Prof. Antônio Henrique Campolina da UFJF, assim descreve o triste acontecimento: “O Genocídio Armênio de 1915 é, sem dúvida alguma, um dos maiores escândalos do século XX. Um povo, portador de uma cultura milenar, documentada por monumentos preciosíssimos, de uma religião tradicional, de língua própria, de uma literatura mundialmente reconhecida, em suma de uma tradição riquíssima, um povo cuja identidade é atestada em documentos de autoridade indiscutida, um povo bíblico, foi cruelmente massacrado; as cidades da Armênia Ocidental foram todas saqueadas; os lares destruídos pela espada impiedosa de usurpadores. A ordem era o aniquilamento total, amplo e irrestrito dos infiéis através de deportações e de chacinas sucessivas a partir de 1895, com o Grande Massacre, passando pela Carnificina Selvagem de Adana, comandada pelos Jovens Turcos traidores (1909), culminando no Genocídio Sistemático de 1915, que provocou a indignação do mundo inteiro, e nas chacinas da região de Esmirna, sofridas também pelos Gregos (1921-1923).”( Revista Ética e Filosofia Política Volume 10 Nº 1; UFJF).
A perseguição aos cristãos recrudesce hoje com motivações pseudo-religiosas. O Estado Islâmico mata e sequestra em vários países. Sobre o fato o Papa Francisco, ainda na semana passada, fez um apelo para que “a comunidade internacional não desvie o olhar para outra parte”, referindo-se aos cristãos perseguidos na Síria, Iraque, Líbia, Iêmen, Nigéria e outros países da África. “Nossos irmãos e nossas irmãs são perseguidos, exilados, mortos, decapitados, exclusivamente por serem cristãos”, disse Sua Santidade. “Eles são os mártires do nosso século, talvez até mais numerosos que os primeiros”. Francisco denunciou o “silêncio cúmplice” do mundo enquanto os cristãos são mortos.
O discurso abordou também o ataque à Universidade em Garrisa, leste do Quênia, no qual militantes do Al-Shabab mataram 148 pessoas por não serem muçulmanas e referiu-se, ainda, aos vinte e um cristãos decapitados pelo Estado Islâmico em fevereiro.
Todos somos convidados a solidarizar-nos na oração com nossos irmãos, católicos ou não, que sofrem violenta perseguição em vários países por parte do radicalismo do chamado Estado Islâmico. A intolerância religiosa, tenha ela origem no radicalismo religioso ou no radicalismo laicista e ateu, é um mal contra o qual devemos nos prevenir. A arma é a caridade e o diálogo no pleno respeito ao diferente. (Fonte Cruzeiro do Sul on – line )
Dom Eduardo Benes Sales Rodrigues é arcebispo metropolitano da Arquidiocese de Sorocaba([email protected])