*Sarkis Karamekian Jr
No dia 24 de abril, membros de comunidades armênias espalhadas por todos os Continentes reuniram-se para relembrar um triste episódio na história da humanidade: o Genocídio Armênio, ocasião em que mais de 1,5 milhão armênios foram brutalmente assassinados e exilados pelo Império Turco-Otomano.
Relatos históricos remetem o fato a 1915, mas o início do genocídio ocorreu ainda antes. Entre os anos de 1880 e 1890, já havia perseguições, cidades inteiras tinham sido invadidas e parte da população fora massacrada.
As comunidades armênias adotaram o dia 24 de abril como a data oficial da tragédia, sendo sempre lembrada em passeatas, panfletos e divulgação na mídia, entre emissoras de rádio, televisão e até sites e revistas. Tal evento, inclusive, deveria ganhar maior divulgação, afinal, de que serve o passado a não ser para prevenir os mesmos erros no futuro.
Genocídio é o extermínio de uma nação, de um povo, e foi exatamente isso que o Império Otomano tentou fazer com os armênios. Mas, poucos países reconhecem essa tragédia mundialmente. Muitos deles têm receio de possíveis retaliações comerciais. Vale lembrar que a nossa luta é para que haja justiça e não vingança. Nossa intenção é que o governo turco reconheça este ato infeliz e covarde e que devolva cidades como MARASH, VAN, BITLIS, ARDAHAN E o SAGRADO Monte Ararat, local em que, segundo a bíblia, foi onde ancorou a Arca de Noé. Também que indenizem o povo armênio E A ARMÊNIA(PAIS) e, finalmente, que derrubem as barreiras entre os dois países (que dois países?)(ARMÊNIA E TURQUIA) para que haja uma boa relação comercial, CULTURAL, turística E OUTROS entre as duas nações.
Estados Unidos e Israel, grandes defensores da Turquia, deveriam reconhecer o Genocídio Armênio, principalmente Israel. Em 22 de agosto de 1939, Adolf Hitler disse: “Quem se lembra do Genocídio Armênio?”. E assim promoveu o holocausto, exterminando milhares de judeus. Em uma das tantas vezes que entrevistei Roy Abrahamian, reverendo e doutor DA IGREJA EVANGÉLICA ARMÊNIA, respeitada na comunidade ARMENIA brasileira, que tantas vezes esteve nos estúdios de minha emissora de rádio, sempre foi enfático em dizer que se o Genocídio Armênio fosse reconhecido a tempo, provavelmente, nunca haveria o holocausto”.
É por estes e outro motivos que peço o reconhecimento pelas nações, principalmente Israel, que tem uma tragédia de tal porte em comum com a Armênia. Os armênios sofreram o primeiro genocídio do século passado e os israelenses, 30 anos depois, com o holocausto.
*Sarkis Karamekian Jr é fundador da Rádio Armênia Eterna, membro influente da comunidade armênia em São Paulo , fundador do Juventude Armênia Fedainer F.C. e Fundador da Câmara Internacional de Comercio Brasil – Armênia.